" Paz das montanhas, meu alívio certo! "

27/10/2010

Meu Gerês

Meu Gerês que nunca me cansa
Tenho em ti a minha parte de criança
A inocência de que só existe este lugar!

Por tudo que tens e me dás 
Sei de tudo que serei capaz
Nem que teus animais me venham ferrar

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando subo à  «terra da verdade»

Meu Deus, dai-me esta calma, esta beleza
Dou por elas meu trono de princesa,
E todos o meus reinos de ansiedade!

26/10/2010

O que a gente ganha

 


Por entre árvores verdes e belas
Acompanhando um trilho alegremente
Vou amassando algumas folhas já amarelas
E um ar afável refresca a minha mente
Parece impossível estar aquiNum pequeno éden na terra
Troncos de árvores secas já avisto ali
No chão repousam, amputados pela serra
É a garra humana a laborar
Precaver desta maneira é bem melhor
Não vá o nefasto fogo actuar
Tornando este quadro no pior
Limpar a Floresta é mesmo preciso
Zelar por ela é bem mais necessário
Apesar de haver mais que um aviso
Por vezes torna-se num amargo cenário
Caminho afortunada pelo verde rindo
Prontamente saciada fico quando avisto água
Salto e calco à medida que vão surgindo
As pedras escorregadias do rio entusiasmada!
Peço aos anjos e demónios
A tudo que seja impossível de ver
Imploro a todos os Capricórnios
Que persistam esta terra proteger

Demónios que saboreiam o fogo
Quero vê-los prontos a ceder

Algum dia será um eterno todo
E um todo irá cessar de gemer
Nesta senda leve e cristalina
Em contorno dos que já vão
Decalco a solo como numa salina
Sentindo o meu corpo em acção


Venham todos contemplar
Mas que sublime é a montanha
Falta-me muito ainda a aprender
O que Deus faz e o que a gente ganha
Vamos tentar sempre dar a volta a isto
Procurando sempre que necessário, melhor direcção
Se continuarmos a possuir um muito disto
De exuberância enche-se o meu o teu e o nosso coração

Paisagem

"O que mais há na terra, é paisagem. Por muito que do resto lhe falte, a paisagem sempre sobrou, abundância que só por milagre infatigável se explica, porquanto a paisagem é sem dúvida anterior ao homem, e apesar disso, de tanto existir, não se acabou ainda(...)Tanta paisagem. Um homem pode andar por cá uma vida toda e nunca se achar, se nasceu perdido. E tanto lhe fará morrer, chegada a hora."

José Saramago

25/10/2010

Rocalva


2010/09/25

Foi à pouco mais de um mês que surgiu diversos incêndios em algumas partes do Parque Nacional da Peneda Gerês.
Consumiu uma grande parte da Serra Amarela que apesar de praticamente ser constituída por mato rasteiro possui num vale onde passa o rio Cabril a preciosa Mata do Cabril uma das três zonas do parque nacional totalmente protegidas. Era suposto selo de facto, mas infelizmente o fogo consumiu uma grande parte desta mata que possui espécies raras e centenárias e onde segundo dizem era o local onde a famosa cabra do Gerês, a mesma que dá o símbolo ao parque, se refugiava.
Para além da Serra Amarela o fogo chegou à Calcedónia, local místico e famoso pela grande fenda entre dois enormes penedos, na qual muitos aventureiros já chegaram a subi-la e onde a sua estrutura geológica é única no país. Chegou também a andar relativamente perto da Vila do Gerês, devorou uma grande parte da Serra do Soajo o que para além de destruir a sua paisagem lindíssima levou consigo uma grande área de pastos, sustento para gente que vive da pastorícia.

Estes foram os principais focos de Incêndio que nos massacrou durante duas semanas sem parar. Nunca desejei com tanta intensidade que chovesse.
Houve também outras áreas que foram consumidas mas não com tanta gravidade. Foram elas uma parte do trilho da Vezeira, o vale do Cônho e chegou quase até à Rocalva, digo quase pois aqui é que dá para ver que nem sempre o fogo vence a pedra, e neste caso em concreto o fogo não tinha mesmo hipótese perante a imensa mancha granítica que se avista ao longe e que nem sequer dá a noção da imensidão da pedra que lá habita!

Hoje fomos à aventura, fazer um trilho que há muito desejávamos.
Começamos por ir em direcção à Tribela pelo percurso habitual abraçado de Carvalhos, Amieiros, Pinheiros e alguns Castanheiros quase prontos a suprir o seu fruto delicioso. Está tudo verdinho por aqui! Mas quando nos preparávamos para descer até à ponte das Servas deparámo-nos com um cenário triste. Bem perguntou a minha cara metade antes de sairmos de casa “- Estás preparada para veres o Gerês queimado? “. Sim estava queimado, parcialmente queimado, mas por estranho que pareça ainda assim belo.
Descemos a colina, passamos a ponte e do outro lado a terra era negra…
“ Olha aquela arvore contorcida e lindíssima, sobreviveu!” é o que vale nascer entre pedras  e à beira de uma linha de agua!
Começamos a subir  e a calcar a terra cuja poeira preta erguia-se à volta das minhas botas…triste observação.. até que mais à frente reparámos na quantidade de fetos pequeninos e muito verdes a crescerem no meio da terra carvão. Além já tinha umas ervas muito viçosas a desabrocharem do solo. Fantástico ninguém vence a natureza, nunca desiste nunca se dá por vencida.
Virámos o percurso para irmos em direcção ao famoso poço azul. O trilho marcado pelas mariolas que por vezes confundíamos devido ao facto de estar tudo preto, ou quase tudo. Foi uma experiência única pois apesar de saber que os pinheiros ardem facilmente e os carvalhos são mais resistentes ao fogo, não há nada como ver e passar por um sítio tão rico como aquele em que podemos observar o resultado final em cada espécie arborícola. Os poucos pinheiros dispersos estavam completamente queimados havia muitas pinhas já caídas no chão e o mesmo solo estava coberto de caruma o que tornava o percurso escorregadio. Ao nosso lado esquerdo conseguimos avistar quase o fundo do vale até ao rio coisa que não conseguiríamos antes do fogo devorar aquela encosta.  O mais impressionante eram os Sobreiros, Carvalhos e tb os Cedros cujas línguas vermelhas bem tentaram consumar tudo mas em vão, na verdade estas árvores são fantásticas e algumas mesmo com o tronco e algumas folhas chamuscadas estão prontas para estarem instaladas mais alguns belos anos, se Deus quiser, naquela parcela de paraíso na  terra. Claro está que mesmo assim havia um Carvalho  ou outro provavelmente mais antigo ou até doente que ficou mais danificado, ouve um que um dos grandes ramos não resistiu e caiu no chão tornando-se um obstáculo por quem ali passa. 
Continuámos com o percurso que desta vez parecia mais rápido de fazer, muita culpa do meu inconsciente que queria passar por ali rapidamente.
Chegámos ao rio, cristalino como sempre, e passámos para a outra margem já verdinha e intacta. Não deixava de olhar para o outro lado que continuava queimado mas pensei  “ para o ano que vem estás como novo”.
Fomos em direcção ao Poço Azul, lagoa Azul ou lá como lhe chamam eu cá prefiro chamar-lhe de lagoa verde como quase todas as que surgem no nosso Gerês, mas esta é especial! Porquê? Há lá coisas que nem dão para descrever é só ir lá e ver.
A água estava gelada mas um regalo só de olhar. Também aqui e do lado direito, estava queimado até às pedras que contornam o lago profundo o qual se consegue ver perfeitamente o fundo, de tão limpa que é a agua. A paragem foi breve por aqui pois a nossa finalidade era ir muito mais além, só tirámos mais umas breves fotos, mais umas de muitas que já tirámos naquele local que nunca são demais.
Havia um pequeno trilho acima do poço do seu lado esquerdo, fácil de percorrer e deste mesmo lado finalmente nada estava queimada. Foi agradável faze-lo sempre com o rio por perto, lá houve uma altura que atravessámos o mesmo para mais adiante voltarmos novamente à margem esquerda. Na montanha é assim mesmo os trilhos nunca são certos, temos que seguir e respeitar as marcas que esta terra nos ensina.
Acabámos por avistar uma cabana / abrigo, aproveitada de uma rocha por ali existente, local ideal para pararmos e abastecermos as nossas barrigas com qualquer coisa, de forma a ganhar forças pois dali para a frente íamos ter uma suposta grande subida.
Após abastecer as nossas forças lá fomos nós, prontos para sabe-se lá o quê.
Primeiro passo foi procurar vestígios de algum caminho mas a vegetação era alta e não se conseguia ver bem , primeiro de tudo há que atravessar o rio para a outra margem e depois logo se vê.
Logo após a travessia e pouco mais lá estava um pequeno caminho muito acanhado e com pouca visibilidade mas o suficiente para seguirmos em frente. Olhávamos para cima à medida que avançávamos mas não conseguíamos avistar a colossal montanha Coucão ponto de referência para subirmos. Cada vez tínhamos a sensação que nos desviávamos do objecto pretendido, mas seguir noutra direcção parecia cargo impossível, eram pedras sobre pedras envolvidas por ervas altas e carqueja sem sinal de passagem para qualquer local que fosse. Pois quem nos levou foi a intuição, bem ao mal alguma saída há de ter. Outra linha de água a cruzar e um enorme morro à nossa frente coberto por muitas pedras e pedregulhos mas com uma grande parte em terra numa espécie de socalcos. Visto de longe parecia fácil mas quando me vim nelas não foi das partes mais galantes do percurso. A terra estava queimada desse lado, e aqui deu para ver como o solo fica frágil e inseguro sem a vegetação a segurar. A poeira negra era muita e embora o dia não estivesse muito quente, o Sol incomodava naquele descampado africano, que mais parecia a subida para o cume de um vulcão. Aqui o bastão valeu-me mais que nunca, as forças começavam a carecer a subida nunca mais tinha fim. Sentámo-nos por fim em cima de uma grande pedra para repousar um pouco , repor os líquidos e avaliar a paisagem. Que gracioso! Já fizemos aquilo tudo?! Incrível nem demos por isso. Bom agora há que seguir em frente pois não  consigo imaginar-me a voltar para trás. Para aqueles que não têm o traquejo, fiquem a saber que há casos que custa muito subir mas descer pelo mesmo sítio é bem pior! E não há Santo que ajude ao contrário do que dizem. Voltei a colocar a mochila nas costas que tinha retirado para aliviar as mesmas e continuámos com a marcha até ao cimo que pouco faltava.
Chegados ao cume o panorama era soberbo mas à que seguir mais para cima pois o nosso objectivo era chegar à meda de Rocalva. Avistámos as famosas mariolas e seguimos o seu rasto, avançamos mais à frente um muro aparentemente sem razão de existir, ficámos intrigados “ Mas quem foi que se deu ao trabalho de colocar estas pedras em cima uma das outras? Qual será o seu objectivo?”
Não demorou muito para que pouco depois começasse a surgir a ponta da meda. O entusiasmo foi crescendo à medida que nos aproximávamos, por acaso até seguimos um sentido diferente do que a maioria dos montanheiros fazem, pensámos nós. A maioria deve partir de um outro ponto mais ao lado, deu para perceber isso mais tarde, mas o nosso percurso não estava mal pois avistámos a meda de um outro ângulo e fomos dar praticamente de frente com ela. Mas que imagem tão Grandiosa! Soberba e majestosa!
Nunca tinha visto nada assim! Assim daquela maneira com aquela estrutura magnífica! Ficámos deslumbrados durante não sei bem quanto tempo a contemplar aquela sombra sólida de um bruto granítico. Perguntava-me a mim mesma se há mais alguma coisa igual  ou pelo menos parecido no nosso Portugal!
Contornámos a meda a procurar algum trilho para sair dali. Fomos dar ao outro lado em que não havia saída, mas as vistas dali eram de uma imensidão até perder o limite da norma humana. Naquele momento uma nuvem tapou o sol e se até ali já não estava muito quente agora tornava-se quase gelado, ainda para mais estávamos parados e a transpirar. Há que vestir os corta ventos rapidamente.

Torneamos o cúmulo granítico, desta vez em sentido contrário e avistámos uma possível continuação da marcha e que iria dar a um prado lá em baixo. Descemos o caos de pedras com um enorme entusiasmo em direcção ao prado sem nunca deixar de olhar para a meda de Rocalva que cada vez mudava de aparência à medida que nos deslocávamos.

Chegámos ao prado de Rocalva, dizem ser o prado mais bonito do Gerês. Ainda não conheço os prados todos por isso não me vou prenunciar mas digo, cada um com a sua beleza própria e depende dos olhos que estiverem a contemplar o sujeito.
Este prado é bonito tem uma erva muito fofa e viçosa cheia de dejectos de animais bovinos, alguns deles com cogumelos estranhamente a habitar grandes poios. Estava também recheada de crocus lilases lindos como sempre.Possui como quase todos os prados uma cabana muito bem conservada e acolhedora, recheada de palha no seu interior, com um recanto para fazer uma pequena fogueira. À entrada da cabana tem uma pequena mesa com bancos, tudo em lascas de pedras graníticas e está rodeado de um muro quase perfeito também em granito. Ao lado por fora da vedação existe uma cabana bastante mais pequena que pensámos nós ser para animais ou para o cão. Deste mesmo prado avistámos perfeitamente a Roca Negra que apesar de ser diferente não fica nada atrás na meda de Rocalva. Curiosamente estamos num prado em que de um lado tem a roca do outro a meda ambos virados de frente uma para o outra. Tive a sensação que estava a ser vigiada por ambas e ao mesmo tempo, apesar de estar no meio do nada, sentia-me orgulhosa e prestigiosa daquelas duas companhias.
            Depois de estarmos bastante tempo naquele sítio acolhedor, acabámos de tirar as últimas fotos para mais tarde recordar, colocámos as mochilas nas costas e abalámos noutra direcção.
A partir daqui foi mais complicado. Sabíamos mais ou menos o sentido a seguir mas não havia vestígios de qualquer tipo de trilho. Primeiro fomos em direcção ao local onde seria suposto avistarmos o vale do Conho visto de cima. E ali está ele mesmo à nossa frente, já tão distante que até parecia impossível já termos estado lá à umas horas atrás. Do nosso lado esquerdo avistámos a parte lateral do Coucão, era impressionante pois não tinha nada a ver com o ângulo visto lá de baixo, agora mais parecia uma rabina com uma Corga no fundo que mal se conseguia ver.
Bem está visto! Valeu mesmo a pena vir até aqui, agora vamos à aventura e procurar a forma mais prática de dar a volta, e passar para o outro lado do sistema montanhoso de forma a fazer o trilho circular.
Andámos de penedo em penedo olhávamos lá para baixo, havia um caminho mesmo lá no fundo,  que ia subindo literalmente pelo outro lado da montanha. Mas como chegar até lá? E teria ele saída? Pois de muito observarmos à medida que caminhávamos concluímos que descer pela encosta abaixo com a finalidade de atingir o caminho era arriscado,  à uma porque apesar de não ser impossível era  íngreme e com muitas pedras, à duas porque  não saberíamos se o caminho tinha saída e daí  não compensar o esforço, seria um desperdício desgastar os nossos corpos em vão.
Quase à nossa frente estava a Roca Negra, enorme e larga… sem trilho à vista, e esta? Voltámos para trás? Nem pensar tem que haver uma maneira de dar a volta a isto. Dar a volta? Contornar a Roca?! È uma grande volta e não sabemos se há caminho do outro lado!
Ficámos uns longos minutos a observar aquele caos granítico. Que rico panorama!
A decisão está tomada vamos tentar percorrer a parte lateral da Roca Negra, se for arriscado voltámos para trás a fazemos o mesmo caminho do início. A Ideia de fazer tudo para trás não me agradou, estava demasiado curiosa para descobrir o que tinha  à minha frente do outra lado das montanhas. Coloquei os pensamentos negativos em cima da ultima pedra que saltei e ali ficaram, não precisava deles e segui em frente.
Com muita cautela, e com o bastão sempre a picar o solo à frente, enfeitado de muita vegetação manhosa e acompanhado de pedras e mais pedras, lá fomos percorrendo muito devagar não fosse um dos pés enfiar-se em algum buraco manhoso.
Não foi difícil, na verdade era mais a tensão que a própria dificuldade. Acabamos a parte final trepando umas pedras e sim chegámos ao outro lado! Corri e saltei o piso granítico com uma grande satisfação! Pouco depois avistámos umas mariolas.
 Consultámos mais umas vez o mapa para nos tentarmos localizar e deduzir a próxima direcção a ser percorrida. Adoro esta adrenalina! Na verdade reconheço que o GPS pode ser muito útil mas não causa o mesmo efeito como consultar os mapas. O desafio não é tão grande e a tecnologia pode falhar, os mapas se estiverem bem nunca falham e ensina-nos a ter uma sensibilidade maior de observar o terreno na seu estado mais natural possível. Pergunto-me como os pastores sempre se desembaraçaram na serra? A ideia é esta, sentir o mistério e a capacidade do desenrasque nesta terra venturosa.
Daqui para a frente foi sempre uma indecisão, ora vemos as mariolas ora já não as há  para que lado será? Só teríamos duas saídas, ir em direcção ao estradão florestal de terra batida ou ir em direcção à cascata do Arado ou …perder a direcção e ir dá a um penedo sem saída.
Passámos pelo vale da Giestieira com mais uma cabana abrigo, passámos por animais bovinos típicos desta região sempre atentos aos nossos movimentos sem nunca pararem de ruminar. As Horas iam passando já era quase final da tarde. Ainda tínhamos Sol para mais ou menos duas horas e meia mas não podíamos facilitar, há que aligeirar o passo não vá surgir algum contratempo.

A ansiedade aqui começou a entrar em acção, apesar desta incerteza por não saber o que nos espera ainda, é isto mesmo que gosto, comparo isto à vida, nunca sabemos o que ela terá pela frente, cada dia, cada caminho diferente, cada decisão nova será sempre uma incerteza e muitas vezes não sabemos se foi a mais bem tomada.
Ora ali está o desejado estradão lá ao longe, só é pena nesta zona em que avistámos o mesmo não ter saída, há que mudar o rumo e contornar o obstáculo, tal como a vida.
E assim foi com um pouco de corta mato à mistura fomos descendo por um caminho de cavalos até atingir o tão desejado estradão.
Confesso que nunca me senti tão saturada de descer como neste trilho, talvez por ter de saltitar muitas vezes de pedra para pedra e comecei pela primeira vez a sentir uma moideira acima do joelho esquerdo.

            Para mal dos nossos pecados os estradão não parava de descer, não havia nada à vista a não ser arvores e mais arvores, começamos a ter a sensação que estávamos a ir mais para dentro do circuito e a afastarmo-nos do local onde tínhamos começado o trilho.
Nisto avistámos algo que já nos era familiar, uns troncos amontoados de madeira cortada, apanhámos o caminho por onde começámos!
Foi uma total satisfação! Sentimo-nos mais fortes e resistentes, aprendemos mais sobre a montanha e as suas jornadas. 
Enquanto percorríamos o caminho para a viatura, com um sorriso de orelha a orelha senti uma sensação por momentos de realização total.

Que bom seria poder-me sentir sempre assim!

Terra mágica


Cada vez me convenço que a Natureza tem mais poder do que aquilo que imaginámos.
De todas as vezes que me encontro num local de “ respeito” sinto-me uma garota secundária apesar de desfrutar  de um cérebro, que me dá imensas capacidades e competências próprias do um animal racional,   não sou nada comparando-me com uma montanha, com a agua e o fogo, com vento, o sol , as árvores e até de algumas espécies de fauna.

Há lá coisas que nunca me cansam!
Coisas! Não são dignas de serem chamadas de tal! Não!
São realidades factos e acontecimentos, são sensações e emoções que despertam a nossa sensibilidade na mais profunda existência.
Poder olhar e contemplar, pequenas parcelas de terra bela e genuína, e poder agradecer ao todo poderoso a graça de estar completa e possuir vigor suficiente, para poder alcançar tais sítios abençoados, da nossa magnificente natureza.Gerês a nossa princesa!