" Paz das montanhas, meu alívio certo! "

20/12/2010

S. João da Fraga


Era uma fraga, estrategicamente colocada, para que nela nascesse uma pequena capela que permanece até aos dias de hoje. Seus construtores ninguém sabe, seus parentes são só suposições, mas ela está lá e isso é o que importa, pois continua a atrair quem lá vai, quem lá quer ir, quem lá nunca foi.

 Estimada por todo o povo que habita na aldeia mais próxima, a serrana aldeia de Pitões das Júnias,  tipicamente Geresiana. Aldeia de tradições ancestrais e de raízes culturais célticas, bela e juntamente tenebrosa, constituída por paisagens esplêndidas e ofuscantes que intimidam a quem de longe lhe pousa o olhar.

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, Já dizia Fernando Pessoa! E neste caso grandes são as almas ,pois vale a pena visitar esta pequena capela, que se encontra numa fraga no sentido sol-poente,de bela franqueza! Um exemplo de um elemento simples sem adornos e estilos rococós , simples como o Sol que nasce e alegra o dia e a lua que surge no escuro iluminando as sombras.  Um ponto branco que sobressai, uma pequena  grandiosidade pelo sítio onde germinou e que ainda exige um pequeno sacrifico para quem quer lá chegar.

O percurso é esplendoroso! Partindo da aldeia de Pitões, descendo até ao vale e logo após a  Mata do Beredo uma das  poucas matas preciosas que o parque nacional desfruta,  constituída maioritariamente por Carvalhos - negrais mas c/ mais outras espécies como o Freixo, a Bétula, o Azeredo, o Azevinho, a Aveleira e o Abrunheiro - bravo.

Passando antes disto tudo, por campos viçosos e verdes apetecíveis aos animais de pura raça barrosã. Com um bocado de sorte, vai-se ouvindo ao longe o cantar da gente que os guia, quase sempre com um grande bordão numa das mãos para  orientar. Já no vale atravessamos o ribeiro fresco de Beredo através de uma ponte de madeira, e vamos contemplando o carvalhal por ali existente. Em  época de Outono podemos ter a sorte de avistar alguns cogumelos lindíssimos.

Pouco tempo se marcha em terreno plano, só mesmo no vale porque logo começa gradualmente a subir até praticamente à capela.O percurso é agradável a única desvantagem é que caminhamos sempre em direcção ao Sol o que  poderá tornar o percurso mais maçador. Para tirar fotografias em certos ângulos pode também não dar os melhores resultados, por causa desse mesmo efeito.





Cabeça de Índio



Quase a chegar deparámos com em escadario talhado na própria fraga, o que nos leva rapidamente a concluir que sem ele era quase impossível chegar ao destino, a não ser escalando!
Após estar lá, é quase como estar no cimo do mundo! Daquele pequeno mundo! A vistas são extasiantes! Albufeira da Paradela, as cristas alterosas e imponentes da Serra do Gerês, em baixo alguns prados cheios de linhas de água, do lado oposto do vale de Beredo no planalto da Mourela a pitoresca aldeia de Pitões, pouco mais para a direita a  Cascata.









Vales

Albufeira da Paradela
Pitões lá ao longe!
A cascata

A Serra em bruto!

Descida
De volta ao caminho,

Sente-se a brisa  a refrescar as nossas faces, sente-se o aroma da serra, sente-se a frescura e um conforto na alma! Uma paz de espírito e uma satisfação pessoal!
E por todo tempo permanecia esta questão na minha mente: Mas quem será que se deu “ ao trabalho” de construir esta capela? E qual a sua razão?













São algumas as histórias... mas não há nenhum registo em concreto.


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