Foi no primeiro Domingo de Janeiro, com um dia de sol magnífico mais parecendo um dia de Primavera!
Abalámos cedo como sempre, marcando o ponto de encontro na Portela do Homem.
O destino de hoje seria o que lhe alguém resolveu chamar " Trilho dos contrabandistas". Mas antes do ponto de encontro, fomos surpreendidos pela belíssima imagem na albufeira da caniçada! Água nem vê-la, apenas um mar de nuvens repousava sobre todo aquele imenso vale de uma imagem rara! Passamos a Vila do Gerês e ainda paramos no lugar da preguiça para mais uma panorâmica .
O começo |
Vale do Homem |
Cabeço de Palheiros |
Albufeira de Vilarinho |
Vista para uma parte da Albergaria |
Encosta da Sabrosa |
Fizemos um pequeno desvio para o posto de vigia, Cabeço de Palheiros, para apreciar as vistas panorâmicas.
Vale do Homem |
De lá também se avista bem a Albufeira de Vilarinho da furna, local por excelência que relembra quase sempre a aldeia que lhe deu o nome.
Por incrível que pareça estando a aldeia longe da vista, submersa pelas águas, nunca ninguém se esquece de falar na mesma! É nestas alturas que tenho pena de não ter conhecido a aldeia de tantas histórias e tantos mistérios! Mas é com grande prazer que ouço alguns companheiros naquele momento, a recuarem no passado contarem como era a aldeia. São companheiros que chegaram a acampar na zona onde ainda hoje se encontra a casa do académico, infelizmente ao abandono, uma casa de todos e de ninguém!
E nesses velhos tempos em que havia vida e alegria, conta a nossa companheira que foi muitas vezes com os pais comprar ovos a Vilarinho! Relatos impressionantes do passado que ainda continuam vivos na mente de muita gente. Outro companheiro também me informou que há quem diga que a barragem foi construída com o pretexto indirecto de Vilarinho desaparecer do mapa, pois já Salazar sentia-se incomodado de saber que havia uma aldeia algures no Gerês que era comunitária e possuía as suas próprias leis.Vilarinho não vivia formalmente à margem do Estado, de certa forma poderia afirmar-se que era o Estado que vivia alheado de Vilarinho. Aliás Vilarinho era tão especial, que quando abriram um caminho de terra largo, partindo da Portela ,o povo de Vilarinho não deixou chegar às suas terras...e o caminho parou por ali até aos dias de hoje. Pois bem lá fomos nós precisamente calcando esse caminho até ao fim... até avistarmos um muro a limitar a fronteira das terras de Vilarinho. Grande Povo Furnense! Daí em diante não há caminho, avistam-se algumas mariolas, mas muito poucas, foi seguir a aventura com um pouco de intuição à mistura. Corta mato ali, subir pedras acolá, é assim mesmo que eu gosto, há quem me dera ser uma cabra!
Paramos numa zona alta e avistámos uma pequena ponta da Mata do cabril...queimada. Ainda desci um pouco da encosta para ver se via mais, para ver se via um pouco de verde mas nada! Só pedras negras, ramos escuros e árvores da mesma cor. De cor ali só o azul do Céu e a barragem do Lindoso lá ao longe!
Pequena parte da Mata do Cabril |
Muro da Fronteira |
Chegámos ao caminho depois de muito descer, sair no mato e ainda percorrer uma parte rochosa da pequena encosta. Sãos e salvos cá estamos nós no caminho de regresso ao ponto de início. Satisfeitos por ter corrido tudo bem, é sempre um momento de grande prazer a parte final de qualquer trilho, as longas conversas, os contadores de histórias, e tudo numa envolvente de deslumbrantes paredes das Serras e do céu como tecto.
Bonito relato.
ResponderEliminarEstimulou-me o desejo de o fazer.
Por acaso têm o percurso registado para gps?
Continuação de bons passeios,
grupo NaturAnda (Custóias) (naturanda@gmail.com)
Olá ZeAlves
ResponderEliminarNós não temos gps, mas este trilho está no wikiloc, http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=268112.
Espero ter ajudado, boas caminhadas.