Foi no passado dia 12 de Fevereiro, que tivemos a imensa sorte de saborear um belo dia de Sol, com algumas nuvens de quando em vez, mas que foi o suficiente para podermos realizar este belo trilho, composto na sua maior parte por lajeado em alguns casos pontuais, bastante solto e convidativo a umas belas quedas de "rabiote" no chão, sem nos darmos conta de um pré aviso! Trata-se pois de um trilho não aconselhado a realizar-se nos dias de chuva, daí a nossa grande sorte neste dia! Mesmo assim, de vez em quando, alguém patinava nas pedras xistosas. É importante referir, que este trilho em parte já conhecido por muitos caminheiros, foi também uma grande parte dele acrescentado, ou por assim dizer " criado ", por alguns companheiros da organização do CCP-SM ( Clube de Campismo do Porto- Secção de Montanha ), que o baptizou de " Trilho dos Maias".
Este trilho passa pelas aldeias de Covas do Monte , Aldeia da Pena e Covas do Rio. São Aldeias do Maciço da Gralheira e do Vale do Rio Paiva e são conhecidas, como outras mais, pelas Aldeias de Magaio.
O nome Magaio deriva de um nome antigo atribuído ao monte de S. Macário. Por outro lado, Magaio era um deus Celta, uma divindade naturalista que significa aquele que nutre, aquele que cria.
Covas do Monte, pequena aldeia situada num dos vales da Serra de S. Macário, em S. Pedro do Sul. Uma da aldeias antigas e cada vez mais raras no nosso país. Possui possivelmente um dos maiores rebanhos de cabras em Portugal.
Poderei dizer que aqui,estava nas minhas quintas!
O local de partida foi precisamente nesta bela aldeia, recheada de muitos animais e de alguma gente da terra muito simpática.
A partir daqui o percurso foi sempre a subir, mais de uma hora, acompanhando o ribeiro da aldeia e as suas grandes escarpas, entre as quais se formam cascatas e pequenas lagoas que convidam a um banho, nas estações mais quentes.
Os animais são sempre bem vindos e são uma óptima companhia! |
No topo, já na estrada de acesso a S. Macário, percorremos um bom bocado até começarmos a descer, com a finalidade de passarmos pela aldeia da Pena.
O solo deste caminho é caracterizado por um lajeado solto, redobrando atenções da nossa parte, pois era fácil colocarmos os pés numa laje assente sobre outra e o resultado ficava à vista de quem via e de quem caía!
A Aldeia da Pena, é uma aldeia típica de xisto, com pouco mais de meia dúzia de habitantes e cerca de uma dezena de casas de habitação.
Está situada num vale profundo da serra de São Macário, e apesar de muito pequena, enquadra-se num cenário natural de uma beleza pouco vulgar e que talvez por isso é considerada uma das mais belas aldeias de Xisto.
No entanto apesar de gostar de percorrer os poucos caminhos à antiga aldeia Portuguesa existentes, surgiram pormenores que não me agradaram muito e que, na minha opinião, estragam o cenário simples e típico, tais como alguns suportes em betão, notando-se que ali alguém já tentou dar um "arranjinho" tornando uma ou outra estrutura mais segura e renovada, mas que choca os olhares de quem procura alguma coisa mais genuína e exclusiva destas terras.
Opiniões à parte, não deixa de ser muito agradável fazer uma visita a esta aldeia que também possui um bar e casa de pasto muito simpática, com artesanato, lembranças e recordações à mistura
Vale a pena, visitar Pena!
A Aldeia da Pena actualmente já tem um pequeno cemitério! Digo actualmente, pois em tempos que não o tinha, obrigava os habitantes do local a percorrer cerca de 4 Km de distância até ao povoado mais próximo, Cova do Rio, onde podiam finalmente enterrar os seus mortos.
O caminho escarpado e muito escorregadio tornava-se muito difícil de percorrer para qualquer um, ainda para mais quando se tratava de carregar um caixão!
Começo do caminho... |
Seja uma lenda ou uma verdade, ao percorrermos o dito caminho parece que não nos restam dúvidas! Apesar da sua beleza mística, é muito traiçoeiro principalmente a descer. Não consigo imaginar qualquer coisa de grande porte a percorre-lo...muito menos um caixão!
Uma queda aqui não deve se ser nada agradável! |
Este local mete respeito! |
Imponente! |
Arrepia... |
Há vestígios de antigos moinhos, infelizmente degradados! |
Mas é um local magnífico! |
Após passar o caminho " dos mortos e vivos " e em que felizmente tudo acabou bem, apesar de algumas pequenas quedas...continuámos a marchar em direcção a Covas do Rio.
A aldeia de Covas do Rio, inserida também na serra de S. Macário, tem uma localização muito isolada e tem cada vez menos população. A actividade principal dos seus habitantes, dá para notar que é nitidamente o cultivo da terra e a criação do gado. É um mundo escondido de gente boa e de laranjas suculentas que tivemos o privilégio de apanhar do chão e de colher das árvores. Ficou-me a recordação do cheirinho dos citrinos na mente e do seu aroma sumarento a invadir-me as papilas gustativas. Há! nunca me soube tão bem comer laranjas como nesse dia!
Ainda deu tempo para conversarmos um pouco com a gente da terra, mas o tempo escasseava e tínhamos de prosseguir até Covas do Monte, local onde iniciámos este dia inesquecível.
Os nossos parabéns ao Fernando, Alípio, Bruno, Hélder e Xavier pelo programa!
Foi um dia bem passado na companhia de todos!
Hola Salta penedos!
ResponderEliminarJá tens fotos que baste no teu mail!
Venha próxima.
Venham elas, Peixe-Aranha!Venham todas!
ResponderEliminarE que venham mais trilhos originais! Principalmente no Gerês!
Prontos... lá está ela!
ResponderEliminarO Gerês não é tudo!
Além do trilho dos Incas, criamos este dos Maias e já estamos a matutar no dos Aztecas!
Tudo, por Arouca, é claro!
E a ver se em Março temos bom tempo para travessia.
Bom dia,
ResponderEliminarGostaria de saber se é possível fornecer o trilho para que eu o possa fazer?
Obrigado
Olá
EliminarAqui está http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=1473712