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O lobo-ibérico pode estar de regresso a regiões de Portugal onde não era visto há mais de 10 anos. No centro-norte do país, grupos de investigadores têm registado a presença regular de diferentes alcateias em zonas há muito tempo abandonadas por esta espécie.
Numa reportagem feita pela SIC, "Lobos e Homens", os especialistas falam de um regresso natural deste que é último grande carnívoro da fauna portuguesa. O crescente despovoamento de algumas regiões é o principal factor de atracção, permitindo o regresso do lobo em números cada vez maiores.
Viana do Castelo, Castelo Branco e Guarda são alguns dos distritos onde a presença do lobo ibérico tem vindo a ser registada. Recorrendo a equipamentos como colares GPS, armadilhas fotográficas e câmaras de infravermelhos, as equipas de investigação têm conseguido recolher provas do regresso deste predador.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas defende, contudo, acções de sensibilização para os criadores de gado destas áreas que são, actualmente, os maiores inimigos desta espécie, devido aos ataques a rebanhos sem vigilância.
Com estas campanhas de formação, o ICNF acredita numa reaprendizagem da coexistência com o lobo-ibérico. O objectivo é evitar ataques aos rebanhos, especialmente em regiões com poucas presas silvestres (como corços, javalis e o veados).
Considerado uma espécie em perigo de extinção, o lobo-ibérico encontra-se protegido por lei desde 1988, sendo proibido o abate ou captura do mesmo.
"O lobo tem um papel fundamental no ecossistema. Protegê-lo vai permitir proteger uma série de outras espécies. Além disso, creio que nós temos uma responsabilidade acrescida para proteger e conservar este último grande carnívoro que temos", disse à SIC Helena Rio-Maior, bióloga do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto.
Já extinguimos o lince e o urso, portanto, agora, temos um compromisso para com o lobo, que é uma espécie mais generalista", acrescenta.
Os dados indicam que os primeiros lobos terão chegado à Terra muito antes dos humanos, pelo que a existência da espécie pode já atingir um milhão de anos.
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