" Paz das montanhas, meu alívio certo! "

10/01/2013

Quatro décadas!!


Hoje de manhã, após deixar um dos meus cabritinhos na escola, percorri uma parte das ruas da minha cidade.
A manhã não estava muito fria, mas sentia-se uma humidade gélida permanente no ar que refrescava a minha face pensativa.O meu corpo estava vagueando pelos passeios de uma pequena cidade de Inverno, mas a minha mente estava umas boas dezenas de km!! Lembrei-me  precisamente de hà 1 ano atrás!
No de 10 de Janeiro de 2012 estava em terras Geresianas!! Nas minhas montanhas que me receberam nesse dia, de uma forma especial. Estava moralmente em baixo nessa altura, procurei consolo por lá na companhia do meu Órion. Tinha começado o ano de 2012  mal, e só mesmo a companhia dos que me são queridos e dos ares das montanhas, me consolavam calorosamente!
Entretanto o ano foi passando e a necessidade de mudança persistia, muitas foram as caminhadas que fizemos por terras do Bouro e  do Barroso, mas mais de metade ficaram por divulgar por falta de tempo e sobretudo por falta de inspiração...
Finalmente a minha vida deu uma volta e esta semana cheguei às quatro décadas de vida!!!Quatro décadas!!
Dá que pensar!
Durante 2 décadas quase não tive tempo para reflectir! Absorvida pelos planos de vida, pelo trabalho, pelas emoções, pelas alegrias e tristezas! Dava comigo muitas vezes a remoer a falta de tempo que me sufocava e o desejo que sentia de respirar o ar livre e puro de uma vida que vai correndo muito rápido, e quase sem dar por isso acordei, verificando que quase trilhei meio século de uma vida!!
O espírito de uma garota que teima em não me largar, acompanha-me sempre, e uma mudança nesta fase da vida devolveu-me mais de meia dúzia de anos!

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades

                                                                                                         Luís Vaz de Camões

Hoje, dia 10 de Janeiro de 2013, acordou uma mulher, afrontada de vida e de caminhar pelas ruas da sua cidade, suspirando de saudades das montanhas,  na esperança de visitá-las brevemente, e por muitos mais anos de uma vida que passa tão rápido, tal como as águas dos ribeiros que serpenteiam e trambolham  pelas pedras das montanhas e vales!!
Assim é, assim sempre será, e tudo se repete...tomando sempre novas qualidades :)












02/01/2013

Património perdido do PNPG


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/Ramalho_Ortigao_01.JPG 

O banco de Ramalho Ortigão.


No lugar da Assureira, bem perto da vila do Gerês, fica um triste exemplo do abandono a que está vetado o único parque nacional do país, o Parque Nacional Peneda-Gerês. O escritor Ramalho Ortigão, amante das caminhadas, visitante frequente do Gerês e das suas termas, costumava sentar-se sobre uma pedra, tendo sob o alcance da vista a paisagem do Rio Caldo.  Para o homenagear a Sociedade de Propaganda de Portugal encomenda ao escultor Raul Lino uma peça escultória, em forma de banco, e em 1920, cinco anos após a sua morte, inaugura o "Banco de Ramalho Ortigão". A inscrição da placa desaparecida seria: “Em umas toscas pedras que os frequentadores do Gerez chamavam os bancos do Ramalho costumava vir aqui sentar-se lendo e escrevendo o notável escritor José Duarte Ramalho Ortigão que tanto honrou a sua terra e tanto quis a esta região. A Sociedade de Propaganda de Portugal no mesmo lugar mandou levantar-lhe esta singela homenagem delineada pelo arquitecto Raul Lino de Lisboa no ano de 1920”.

No mesmo local situa-se um dos mais belos exemplares das  casas florestais do Gerês, a casa florestal da Assureira, também ela abandonada e em ruínas. Para quando um projecto do parque nacional para recuperar, ou deixar recuperar, as casas florestais? Muitas delas estão em lugares privilegiados, a casa florestal de Leonte podia ser um excelente centro de interpretação da Mata da Albergaria, outras poderiam dar apoio ao visitante/caminhante, aliás  como acontece nos demais parques europeus.  Mas as serranias do Gerês sempre ficaram muito longe do terreiro do paço, só se lembram delas no Verão, quando ardem e precisam de desviar os aviões para apagar os incêndios nos campos de golfe, pois esses sim, são património natural, então não são verdes? Como fazem falta Ramalho e Eça mais as vossas farpas, tinham material para uma vida.




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