" Paz das montanhas, meu alívio certo! "

17/02/2013

Por terras de Pincães


Após prolongada ausência por terras geresianas resolvemos caminhar por terras de Pincães. O nosso trilho iniciou-se precisamente na típica aldeia de Pincães e levou-nos até à silha do urso de Jarela. Em tempos remotos existiram ursos pardos  na serra do Gerês, há registos do urso nas serras fronteiriças do Norte do país durante o século XIX e até meados do século XX. Desta forma, esta espécie esteve presente muito para além de 1650, data anteriormente apontada para a sua extinção em Portugal, pelo Padre José de Matos Ferreira, em documento de 1728, “Hoje se não acha no Geres tal casta de animal por causa dos grandes fogos que sempre continuamente os lavradores andão lançando nos montes, e o ultimo que se matou, conforme referem os velhos da terra, foy pouco mais ou menos no anno de 1650, na Quelha da Ursa, que fica para a Chã da Fonte, junto à Casa da Neve”. É interessante reparar que já no século XVII se falava da problemática dos grandes fogos na serra do Gerês.

Curral de cabras







1º plano- silha de Jarela, 2º plano -silha do Muro

Daqui ascendemos até ao fojo do lobo de Pincães, no alto do sobreiral. Este fojo, relativamente bem preservado, é um dos tesouros escondidos da serra, quer pela  beleza da paisagem envolvente quer pela sua antiguidade, segundo Antº Fernando M.R. Guimarães, ilustre filho da terra de Pincães e autor do livro "Aldeia de Pincães", "Os pastores garantem haver lá uma pedra com a inscrição de 1184". A ser verdade este fojo seria contemporâneo da fundação de Portugal. Tenho a dizer que procuramos a dita pedra e não a encontramos, no entanto sabemos, por outra fonte, a confirmação da existência da mesma.


Segundo Antº Fernando M.R. Guimarães, "Pincães está ligado, desde há séculos, à serra e ao lobo. Fazem parte do seu quotidiano. Aliás, o seu nome tem a ver com a existência de muitos lobos nas suas redondezas. Nunca mantiveram um relacionamento pacífico. O lobo sempre foi considerado um animal muito feroz e destruidor de rebanhos e de outros animais de grande porte, como o cavalo; e ainda dos domésticos, como o cão. Para se defender, o homem construiu os fojos e fazia batidas".



A partir do fojo caminhamos em direcção do curral de Palma e daí até ao mirador da "Salta Penedos", onde almoçamos, rodeados de serra, num dos mais belos miradores da serra do Gerês. A vista abarca Rocalva, Sombrosas, corga de Valongo, corga mão de cavalo e Borrageiro 2º...De tirar a respiração!

 Restava mais um fojo, o fojo de Alcântara, este em pior estado de preservação. Daí até às Lagoa do Marinho é um "salto". Para nosso espanto a Lagoa tinha pouca água, apesar dos Cocôes do Concelinho estarem pintalgados de farrapos de neve. A descida fez-se até às ruínas da casa do resineiro, aproveitei para tirar uma fotografia à pedra de ouvir-o-mar, lenda/brincadeira ancestral que afirmava que se alguém encostasse o ouvido à dita pedra  ouviria o mar. Quando o crédulo ouvinte tentasse verificar a veracidade da lenda seria vítima de uma  brincadeira, talvez não ouvisse o mar mas certamente veria estrelas.



Resolvemos descobrir um novo trilho, esse sim o correcto, que nos levou directos até ao bosque de bétulas. E ainda bem que assim foi porque entretanto o tempo mudou drasticamente, como é normal em montanha.





Pedra de ouvir-o-mar

Até à próxima.

09/02/2013

Road Challenger Gerês Flora


Uma das maiores riquezas do Gerês, é certamente a sua flora. O Gerês tem alguns espécimes muito pouco comuns noutras regiões e que possivelmente nunca ouviu falar.

Conhece o Azereiro, o Pilriteiro e o Cornogodinho?

Para melhor conhecer esta riqueza o portal geres.pt, iniciativa da Gerês Viver Turismo - Associação de Defesa e Promoção do Gerês, preparou  um jogo/livro que é também um auxiliar para a educação ambiental o Road Challenger Gerês Flora.

Encontra todas as folhas do Gerês e constrói o livro.